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quarta-feira, 20 de junho de 2012

Rui Costa e um maravilhoso domingo para o desporto praticado por portugueses

Rui Costa, consagrou-se no passado domingo vencedor da Volta à Suiça em Bicicleta.
Considerada por muitos como a 4ª melhor prova a nível mundial do ciclismo de elites, foi Rui Costa, jovem de 25 anos,  o seu vencedor, que com uma inabalável vontade de vencer e ajudado pelo espanhol Valverde, seu colega de equipa, conseguiu um enorme feito.
Venceu a adversários de respeito e neste momento está classificado em 13º lugar no ranking dos melhores ciclistas mundiais.
Antes dos nossos governantes mandarem emigrar os jovens, muitos ciclistas portugueses já o haviam feito.
Tal emigração, resulta da morte lenta a que se assiste no ciclismo nacional, que não valoriza os seus praticantes, que não soube contornar as dificuldades financeiras das organizações de corridas, que não soube dialogar com os intervenientes e que continua em termos de formação de base àquem do apoio necessário.
Neste domingo, o ciclismo esteve em evidência com Rui Costa vencedor da Volta à Suiça, mas também com  o 4º lugar do Bruno Manuel Pires na Eslovénia,  a camisola da montanha do Nelson Oliveira na Holanda e no BTT com  o 6º lugar do Luis Leão Pinto no Campeonato da Europa.
Será mérito de um país? È sobretudo o mérito individual de tais desportistas.
Esteve pois de parabéns a prática do desporto feita por portugueses.
Curiosamente o Presidente da Federação a que pertencem tais praticantes não se pronunciou sobre estas excelentes prestações, ao contrário de outras situações em que é o primeiro a falar.
Num país em que o desporto parece reduzir-se ao futebol, a imprensa mais uma vez não deu o devido destaque a tais feitos...o que mudaria de figura se a notícia fosse dopagem, ou outra face negra do desporto.
Mas o que importa é dar os parabéns a estes desportistas e dizer: Obrigada!

terça-feira, 5 de junho de 2012

Um texto para ler e guardar

Padre Rui Valério, Patriarcado de Lisboa

O campeonato europeu de futebol já está a ser pretexto para o constante ribombar do tema nos media, e não só. Ainda no domingo, enquanto tomava o pequeno-almoço na esplanada dum café, fui testemunha duma evasiva ressaca do 1-3 contra a Turquia: um grupo de adeptos que no sábado tinha estado na Luz juntava a cada nome de jogador da “nossa seleção” epítetos que eu pensava serem reservados exclusivamente aos adversários; e não adversários de última hora, de série “c”, acabados de chegar. Não. Mas adversários de topo, daqueles que só nomeá-los já nos põe a dizer coisas feias. E assim vai ser pelas próximas semanas.
Ora se o futebol é o prato forte do repasto, ele não irá ser servido sozinho, mas vai acompanhado dum vinho fora do vulgar… amargo, já azedo… que é a crise. A crise do deficit, do desemprego, da inflação… Continuaremos a receber notícias que tão depressa dão um ar de sua graça, encorajador, como novamente nos mergulham no já habitual desânimo (para não dizer apatia).

E, como já diziam os antigos na sua reconhecida sabedoria, “uma desgraça nunca vem só”, acresce que também o futebol vai dando provas de estar perfeitamente enquadrado no tipo de sociedade que produz os seus problemas económicos, sociais e humanos a partir de problemas graves existentes no âmbito da ética, da moral, da justiça e do direito. Problemas que estão relacionados com uma gama de contravalores, como os egoísmos exacerbados, o culto do lucro fácil, etc. (Veja-se o último escândalo de combinação de resultados ocorrido em Itália). Tudo isto nos remete para uma questão decisiva: que possui o futebol (e o desporto em geral) para continuar a arrastar multidões (não obstante os “casos” que vão sendo conhecidos)? Será que a retórica das emoções explica tudo?

Pessoalmente, sou da opinião de que uma pista onde se corre, ou uma estrada onde se pedala, ou um campo onde se joga são – continuam a ser – lugares da verdade e da justiça. Da verdade, porque ali vem sempre ao de cima o que um atleta é e vale. Certo, pode sempre dar-se o caso de haver recurso e uso às substâncias farmacológicas. Sim, pode acontecer! No entanto, a verdade de que falamos, a que é verdade profunda, pode nem vir expressa nos resultados, ou nem sequer se mostrar na história do jogo, ou da prova. No entanto, ela continua a estar presente. E mesmo quando não se revela nos resultados, acaba por se revelar na consciência de quem assiste ou participa. É este dado que continua a mover o fascínio pelo desporto, mesmo em tempo de “crise”: o evento desportivo liberta o sentido da verdade e da justiça, presentes nos campos da consciência individual e coletiva. Repito, falamos da verdade e da justiça que está inscrita na consciência de cada um e, mesmo quando não se compatibiliza com as pseudoverdades e pseudojustiças das provas, não demove o cidadão de acreditar na força da verdade e da justiça gravadas dentro de si. É por isso que, nesta nossa época em que a crise de valores suscitou a crise económica, humana, social e também desportiva, os cidadãos continuam a acreditar no desporto. Esta crença não é ingenuidade, é sim o sinal de como a pessoa é – continua a ser – a pátria da verdade e da justiça. Mesmo quando essa verdade e justiça já tiverem desertado dos campos de futebol, ou das pistas e das estradas de provas desportivas.

Padre Rui Valério
Patriarcado de Lisboa
 

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Entre a ilusão, a desilusão ou a alienação...vão com Deus!

A nossa Selecção Nacional parte hoje para o seu estágio e participação no Euro2012.
Depois do empate com a Macedónia e a derrota com a Turquia, resultam evidentes algumas fragilidades na nossa selecção.
Num grupo extremamente difícil, não vislumbro facilidades para a passagem à fase seguinte do Euro 2012.
Este pré-estágio em Óbidos não foi mais do que um arraial ou melhor, uma feira de vaidades, em que os jogadores evidenciaram os enormes "cachets" que auferem nos seus clubes, quer pelos veículos em que se deslocam, quer pelas suas malas e bagagens que ilustram bens as " griffes" que podem comprar.
Foram também exibidos os seus caprichos: LCD's e Playstations 3, mesas de ping-pong e tudo com umas boas folgas pelo meio, com idas à discoteca, refeições em restaurantes da moda e claro as festas que cada estação televisiva organizou de recepção aos jogadores, com muitas criancinhas, muitos idosos, muita música pimba e Portugal no seu melhor.
Depois da música, depois da festa, depois da derrota com a Turquia, as assobiadelas do descontentamento....
Creio que o Povo fica sempre na esperança de uma boa exibição para esquecer os problemas do seu país. Aliena-se no futebol, para esquecer a crise, o desemprego, a insatisfação e frustração que reina.
 Eu espero ver bom futebol, eu não espero nada da Selecção.
Também não tenciono assobiar.
Apenas espero que façam o seu trabalho, da melhor forma, que orgulhem quem não tem salários como os seus, quem não tem acesso ao nível de vida que os jogadores exibem e que depois regressem com a certeza do dever cumprido. Ide com Deus!